sexta-feira, setembro 23, 2011

segunda-feira, setembro 12, 2011

"Bonito o crepúsculo, não? Veja as cores, como são lindas e efêmeras... Não se repetirão jamais. E não há forma de segurá-las. Inútil tirar uma foto. A foto será sempre a memória de algo que deixou de ser... E esta tristeza que a beleza dá? Talvez porque você seja como o crepúsculo... É preciso viver o instante. Não é possível colocar a vida numa caderneta de poupança...
Você sabe que horas são? Está ficando frio... E as cores do outono? Parece que o inverno está chegando...
O que é que você está esperando? Como se a vida ainda não tivesse começado... Como se você estivesse a espera de algum evento que vai marcar o início real da sua vida: se formar, se casar, criar os filhos, se separar da mulher ou do marido, descobrir o verdadeiro amor, ficar rico, se aposentar... Como se os seus instantes presentes fossem provisórios, preparatórios. Mas eles são a única coisa que existe...
E esta música que você está dançando? É de sua autoria? Ou é um Outro que toca, e você dança? Quem é esse Outro? Lembre-se do que disse o poeta: 'Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram em mim'. Mas, se você é isso, o intervalo, você já morreu... Acorde! Ressuscite!" ( Rubem Alves)

quarta-feira, setembro 07, 2011

meu amor

Eu te idealizava. Imaginava brincadeiras, conversas e trocas de carinho muito antes de te conhecer. Tentava imaginar seu rostinho e seu sorriso com dois dentinhos na boca. Queria você todo para poder cuidar, te erguer pra cima e dizer que te amo muito. Sentia seu cheirinho de lavanda, seus beijos estalados e abraços apertados.
E quando você veio foi como se tudo obtivesse mais cor, brilho e forma. Mais sentido, talvez, e tudo se tornou tão alegre com suas travessuras que era impossível te dar advertências quando eu olhava pra sua carinha de danadinho. Você sempre soube meus pontos fracos.
Tive medo, também. Medo de te perder três vezes. Medo de perder meu porto seguro e meu motivo de viver. Rezei tanto por você naquela noite, anjinho. Eu nem sequer suportava te olhar, todo machucado e cicatrizado. Tão indefeso e sozinho. Queria te pegar nos braços e tomar toda sua dor pra mim e falar que agora tava tudo bem.
Eu te quis longe. Você estragava tanto as minhas coisas que eu surtava. Queria tanto brincar com meus cabelos compridos que doía. Brigava tanto comigo pelo computador que eu chorava. Fazia tantas vezes meu pai virar contra mim que eu enraivecia. Entretanto, como citei antes, você sempre soube meus pontos fracos e não foi diferente dessas vezes: era só você me olhar com aquela carinha de arrependido, com os olhos tristonhos e falar com a boca murcha um pedido de desculpas que eu corria pro seu abraço que sempre foi tão bom.
E, agora, participo das travessuras com você e fazemos coisas escondidas juntos com um olhar de cumplicidade. Eu te protejo. Eu te mimo. Eu te aconselho. Eu te amo, irmãozinho. Espero, de coração, que leia esta pequena demonstração de afeto algum dia e lembre-se: te amarei apesar de tudo, apesar de todos e apesar do tempo.
As rugas algum dia insistirão em permanecer sobre meu rosto, a memória poderá falhar e o cabelo poderá esbranquiçar, mas nunca, nunca esquecerei de te dizer um último eu te amo.